segunda-feira, 19 de julho de 2010

Você...


... Pode até dizer que não entendeu o que eu te disse, mas jamais poderá dizer que não entendeu como eu te olhei!

(Padre Fábio de Melo)

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Caio Fernando de Abreu


Tenho trabalhado tanto, mas sempre penso em vc. Mais de tardezinha que de manhã, mais naqueles dias que parecem poeira assenta e com mais força quando a noite avança. Não são pensamentos escuros, embora noturnos…
Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você. Eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende?
Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu.
Mas se você tivesse ficado, teria sido diferente?
Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais — por que ir em frente?
Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia — qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido.

Tinha terminado, então. Porque a gente, alguma coisa dentro da gente, sempre sabe exatamente quando termina.

Mas de tudo isso, me ficaram coisas tão boas. Uma lembrança boa de você, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros. De não morrer, de não sufocar, de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa que o futuro trará, porque sempre traz, e então não repetir nenhum comportamento. Ser novo.
Mesmo que a gente se perca, não importa. Que tenha se transformado em passado antes de virar futuro. Mas que seja bom o que vier, para você, para mim. Te escrevo, enfim, me ocorre agora, porque nem você nem eu somos descartáveis.
. . . E eu acho que é por isso que te escrevo, para cuidar de ti, para cuidar de mim – para não querer, violentamente não querer de maneira alguma ficar na sua memória, seu coração, sua cabeça, como uma sombra escura.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Renúncia



Eu queria uma vida assim com você,
Assim sem relógio e sem dedo em riste,
Sem lei e sem sociedade,
Sem satisfação e sem tchau!

Eu queria uma vida assim com você,
Mas, felizmente, meu querer não é tudo
E meu poder é limitado.
Felizmente, minha palavra se esvai
E este papel se amarela.
Felizmente porque o bom é a espera.
A incerteza e o talvez são molas propulsoras;
Porque senão a alegria não teria razão
E o chegar não teria partida.

Eu queria uma vida assim com você,
Sem lenço e sem documento,
Mas, o bacana é o adeus, é a volta,
É o riso depois do choro,
É o hoje sofrido e o amanhã exultante.
O bacana é o crescente, a renúncia,
A noite mal dormida, a consciência,
O bacana é a luta,
É saber que existe o perdão.
É a dúvida do "não quero", mas quero!

Eu queria uma vida assim com você,
Mas dou graças por não ter,
Porque só assim eu posso escrever tudo isto,
Só assim eu posso medir-me,
Posso certificar a limitação humana.
Só assim eu sei que nada sou,
Que vivo capengando,
Carregando o que dá
E caindo com o que não dá.
Só assim eu sei o quanto lhe quero,
quanto posso, mas o quanto não devo!

(Neimar de Barros)

terça-feira, 25 de maio de 2010

São os mesmos que cometem enganos



Ao ler o blog do John
me deparei com um post:

Polícia confunde plantação de hortelã com maconha
!

São tantas as críticas diantes de erros de quem arriscam suas próprias vidas para nos dar segurança, que resolvi postar um texto que li há algum tempo. Talvez ele possa mostar aquilo que realmente é de causar espanto, admiração.



Autor:
* Tião Ferreira

Como policial militar, enfrentei o maior choque cultural da minha vida, ao ter de argumentar com todo tipo de pessoas, do mendigo ao magistrado, entrar em todo tipo de ambiente, do meretrício ao monastério.

Como policial militar, fui parteiro, quando não dava tempo de levar as grávidas ao hospital, na madrugada.

Como policial militar, fui psicólogo, quando um colega discutia com a esposa, diante da incompreensão dela, às vezes, com a profissão do marido.

Como policial militar, fui assistente social, quando tinha de confortar a mãe de alguma vítima assassinada por não possuir algo de valor que o assaltante pudesse levar.

Como policial militar, fui borracheiro e mecânico, ao socorrer idosos e deficientes com pneus furados.

Como policial militar, fui pedreiro, ao participar de mutirões para reconstruir casas destruídas por enchentes.

Como policial militar, fui paramédico fracassado, ao ver um colega ir a óbito a bordo da viatura.

Como policial militar, fui paramédico realizado, ao retirar uma espinha de peixe da garganta de uma criança.

Como policial militar, fui apedrejado por estudantes da mesma escola na qual estudei e fui professor, por pessoas do mesmo grêmio do qual participei.

Como policial militar, fui obrigado a me tornar gladiador em arenas repletas de terroristas que são membros de torcidas organizadas, em jogos de times pelos quais nem torço.

Como policial militar, sobrevivi a cinco graves acidentes com viaturas, nunca a menos de 120km/h, na ânsia de chegar rápido àquela residência onde a moça estava sendo estuprada ou na qual um idoso estava sendo espancado.

Como policial militar, fui juiz da vara cível, apaziguando ânimos de maridos e mulheres exaltados, que após a raiva uniam-se novamente e voltavam-se contra a polícia.

Como policial militar, fui atropelado numa blitz por um desses cidadãos que, por medo da polícia, afundou o pé no acelerador e passou por cima de vários colegas.

Como policial militar, arrisquei-me a contrair vários tipos de doenças, ao banhar-me com o sangue de vítimas às quais não conhecia, mas que tinha obrigação de tentar salvar.

Como policial militar, arrisquei contaminar toda a minha família com os mesmos tipos de doenças, pois, ao chegar em casa, minha esposa era a primeira a me abraçar, nunca se importando com o cheiro acre de sangue alheio, nem com as manchas que tinha de lavar do uniforme.

Como policial militar, fui juiz de pequenas causas, quando, em minha folga, alguns vizinhos me procuravam para resolver seus problemas.

Como policial militar, fui advogado, separando, na hora da prisão, os verdadeiros delinquentes dos "laranjas", quando poderia tê-los posto no mesmo "barco".

Como policial militar, fui o homem que quase perdeu a razão, ao flagrar um pai estuprando uma filha, enquanto a mãe o defendia.

Como policial militar, fui guardião de mortos por horas a fio, sob o sol, a chuva e a neblina, à espera do rabecão, que, já lotado, encontrava dificuldade para galgar uma duna mais alta, ou para penetrar numa mata mais densa.

Como policial militar, fiquei revoltado ao necessitar de um leito para minha esposa parir e, ao chegar ao hospital da polícia, deparar-me com um traficante sendo operado por um médico particular.

Como policial militar, fui o cara que mudou todos os hábitos para sempre, andando em estado de alerta 25 horas por dia, sempre com um olho no peixe e o outro no gato, confiando desconfiado.

Como policial militar, fui xingado, agredido, discriminado, vaiado, humilhado, espancado, rejeitado, incompreendido.

Na hora do bônus, esquecido; na hora do ônus, convocado.

Tive de tomar, em frações de segundo, decisões que os julgadores, no conforto de seus gabinetes, tiveram meses para analisar e julgar.

E mesmo hoje, calejado, ainda me deparo com coisas que me surpreendem, pois afinal ainda sou humano.

Não queria passar pelo que passei, mas fui voluntário, ninguém me laçou e me enfiou dentro de uma farda, né!?

Observando-se por essa ótica, é fácil ser dito por quem está "de fora" que minha opinião não importa, ou que, simplesmente, não existe.

Amo o que faço e o faço porque amo.

Tanto que insisto em levar essa vida, e mesmo estando atualmente em outra esfera do serviço policial, sei que terei de passar por tudo de novo, a qualquer hora, em qualquer dia e em qualquer lugar.

E o farei sem reclamar, nem recuar, porque se o senhor não guarda a cidade, em vão vigia a sentinela!

Por isso é que fazemos nossa parte: Vigilantes sempre!

Que deus abençoe a todos nós!!!

* Tião Ferreira é desenhista de quadrinhos, animador, estudante de História, ex-palhaço de circo, ex-carteiro, ex-policial militar e, atuamente, policial civil.Também é criador do blog Game Arte:

Tentativas


Talvez seja melhor assim... Mudar às vezes faz bem.


... Sinto que já não adianta insistir.


Quem sabe o tempo possa curar tudo.

sábado, 8 de maio de 2010

Lembranças


Lembro-me como se fosse ontem, com certeza valeu muito a pena! Lembro dos dias em que nós ficávamos horas e horas jogando conversa fora, dos dias em que eu acordava feliz, com seu telefonema: "Amor, acorda (...)", e mais porque sabia que à tarde ia te ver; das idas até a pracinha, dos papos furados que eram os mais legais, das nossas briguinhas bobas, das aulas que para mim tornavam-se as melhores (podia te ter todos os dias do meu lado).

Nossa! Tudo passa tão depressa! (...)


Às vezes me sinto assim... cheia de saudades, afinal, eu não sei se eu voltarei lá algum dia :/ , e as chances de você estar lá são quase nulas.Mas enfim, espero que um dia a gente se encontre naqueles mesmos lugares.




sexta-feira, 30 de abril de 2010

Amor à primeira vista! Existe?


Não se ama o desconhecido, só saberemos se amamos realmente uma pessoa quando esbarrarmos em seus limites.Quando conhecermos todos os seus defeitos e ainda assim o sentimento não mudar, continuar intocável.
Amor à primeira vista? Não acredito que exista. O que existe são ilusões à primeira vista. Amor vai além de olhares, de palavras, de expectativas...
Muitas vezes idealizamos alguém, o achamos sem defeitos, e assim acreditamos que amaríamos facilmente essa pessoa. Puro engano.Afinal, não existe perfeição humana, é inútil buscá-la.


Ninguém precisa de perfeição, o amor torna tudo perfeito.